11 ago
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A Tempestade Acelera as Empresas para Morte Súbita ou para Oportunidades de Ouro – iPL semanal número 19

A recente tormenta nos mercados e a postura de liderança voltada para a busca de oportunidades em períodos de crise faz com que bons líderes surjam com equipes vitoriosas. Turbulências tornam possíveis novas combinações de recursos, e os líderes podem aproveitar esses momentos para criar valor, identificando e explorando com sucesso novas perspectivas.

“As organizações que souberam aproveitar grandes oportunidades em momentos de turbulência transformaram-se em empresas flexíveis, que identificaram e administraram riscos, aprimorando-se de maneira contínua. Isso permitiu que elas ficassem bem posicionadas para o futuro”, afirmou Roberto Dumas, Professor de Global Finance no Certificate in Global Business Administration (CGBA) do iPL e da Thunderbird School of Management.

Dumas, que voltou recentemente da China, onde foi professor na Fudan University e no CEIBS, comparou o perfil dos líderes brasileiros e chineses durante períodos de turbulência. “O líder brasileiro é dinâmico e resiliente, preocupa-se mais com o conceito de team work, além de manter a consciência de cuidado com o próximo, principalmente em momentos críticos”, disse. “Já o líder chinês é menos questionador que o brasileiro, respeitando estritamente a hierarquia. No entanto, dedica-se à construção de relacionamento e mantém o foco em planejamento e execução rápidos.”

Filosofia, cultura e a história de ambos os países são influências importantes para a personalidade de seus líderes e a maneira como eles reagem a períodos turbulentos. No Brasil, booms seguidos de crises econômicas deram aos líderes locais resiliência e agilidade para lidar com situações inesperadas. Na China, a palavra crise é composta de dois ideogramas: 危机 – o primeiro significa perigo, e o segundo, oportunidade.

No livro “Sucesso Made in Brasil”, os especialistas Martín Escobari e Donald Sull comparam a evolução de 10 das principais empresas brasileiras e observam semelhanças surpreendentes que explicam o sucesso depois de momentos de turbulência. Segundo os autores, os líderes devem lidar com três desafios críticos: manter a pressão, gerir ativamente a cultura e viver de acordo com o conjunto “valores de pesca submarina”. Esse conjunto de valores inclui paciência, capacidade de reconhecer o que não se sabe e capacidade de manter a calma enquanto os outros entram em pânico.

Em um ambiente turbulento, as organizações correm o risco de que suas equipes entrem em pânico a cada pequena ameaça ou oportunidade. A tentação é compreensível, mas perigosa. Pois, quando a grande oportunidade aparecer, a empresa poderá não ter energia e recursos para persegui-la. Nesse contexto, os líderes desempenham papel crucial, mantendo a calma no meio da tempestade. Isso conserva a energia organizacional, a atenção e os recursos para os eventos críticos que constituem oportunidades valiosas.

Líderes de sucesso reconhecem que os bons tempos não duram para sempre, assim como as más fases não são eternas. A oportunidade é repentina: oportunidades de ouro e ameaças de morte súbita da organização ocorrem algumas vezes a cada década. O sucesso sustentável em um mundo incerto demanda vigilância e aprimoramento constantes.

Princípios de Gestão em Ambientes Turbulentos

Espera Ativa: Os executivos nas empresas bem-sucedidas aproveitaram esses períodos de calmaria para se preparar ativamente e antecipar ameaças e oportunidades futuras.

Oportunidades de Ouro e Ameaças de Morte Súbita: Os executivos devem reconhecer mudanças que permitam à companhia estabelecer uma vantagem competitiva sustentável e a se defender solavancos que colocam em risco a própria sobrevivência da empresa.

Execução em Tempo Competitivo: A execução de uma manobra bem-sucedida na turbulência depende da velocidade com que as empresas iniciam e terminam uma série de melhorias operacionais, e de sua agilidade para mudar de uma iniciativa com sucesso para uma nova.

Hierarquia Flexível: Os líderes declaram o esforço principal da organização e estabelecem metas, dando aos funcionários da linha de frente autonomia para decidirem como atingir essas metas.

Organização Conectada: Dividir o trabalho com parceiros, em vez de tentar fazer tudo em casa, oferece muitas vantagens – velocidade para agarrar oportunidades, capacidade de dividir riscos, acesso a recursos críticos, foco nas competências essenciais e custos fixos mais baixos.

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