Aperte Start – iPL semanal número 10
A cena de jogos de tabuleiros espalhados pelas salas de treinamento, com computadores logados em um game e executivos vibrando com mais uma conquista virtual é cada vez mais comum nas companhias. Antes restrito aos momentos de lazer, o jogo tornou-se plataforma respeitada de ensino até nas melhores escolas de negócios do mundo. Em um ambiente lúdico, desenvolvem-se habilidades como liderança, espírito de equipe, tomada rápida de decisões, aprendizado pela tentativa e erro, capacidade de antecipar problemas, foco no resultado e planejamento estratégico.
“O executivo consegue ver o resultado imediato de seu comportamento durante a partida. O jogo dá feedbacks o tempo todo”, afirmou Pavlos Dias, Relationship Manager do iPL e sócio da GSI Online, empresa de e-learning que desenvolve jogos educacionais. “A possibilidade de simular situações próximas do mundo real e o envolvimento que o ambiente lúdico proporciona têm aberto muito espaço para os games no mundo corporativo”.
A procura cada vez maior pelos jogos e simulações se reflete tanto no dia-a-dia do campo corporativo como nos sucessivos recordes de público em eventos da área. É o caso da maior feira de games do mundo, a E3, que acontece em Los Angeles até amanhã, e a Brasil Game Show, que já tem a maior parte dos ingressos vendidos para o mês de outubro, quando acontece sua próxima edição. “Ferramentas que têm uso originalmente voltado para o lazer podem ser adaptadas às demandas e necessidades de cada equipe, para o desenvolvimento de liderança”, disse Dias.
Uma das situações em que mais se usam jogos e simulações para esse fim é durante os treinamentos desenhados para os executivos da Geração Y. “Para esse profissionais, que preferem interatividade e que não têm paciência de ficar ouvindo um palestrante por horas, os games são perfeitos. Os jogos podem engajar pessoas nas tarefas que elas consideram entediantes e descontrair o time em momentos que são sérios. O perfil dos executivos muda, as preferências também, e precisamos nos adaptar aos novos tempos”, afirmou Dias.
O iPL tem usado simulações de Harvard Business School e MIT nos programas de desenvolvimento que desenha para grandes companhias brasileiras e multinacionais. “Há games e simulações excepcionais para praticamente todos os aspectos do desenvolvimento de liderança”, disse o Relationship Manager. “O líder pode usar essas ferramentas com suas equipes no desenho de estratégias, na tomada de decisões inter-relacionadas e na capacidade de exercício da visão sistêmica.”
Mas é preciso tomar cuidado com a Síndrome do Reset. “Enquanto no jogo você pode aplicar a teoria à prática e recomeçar sem consequências se algo der errado, na vida real não é bem assim”, concluiu Dias. Na vida real, cada tomada de decisão envolve preparação e requer uma análise muito criteriosa dos riscos e oportunidades envolvidos. A pressão sobre a possibilidade do erro e suas consequências podem dificultar muito o momento da decisão. Afinal, aqui, não temos o poder de apertar o botão “Reset”. A vida é uma só.
Os principais games e simulações usados para o desenvolvimento de Liderança
Everest Simulation – Desenvolvida por Harvard Business School, a simulação leva um grupo de 5 pessoas na subida ao Monte Everest. Em cada acampamento, o grupo analisa as informações de tempo, condições de saúde, suprimentos, objetivos, velocidade de escalada, e determina quanto daquela informação deve ser comunicada aos seus companheiros.
Para quê? Desenvolvimento de Liderança, team building, comunicação e tomada de decisão em grupo.
Beer Game – Criado por professores do MIT nos anos 1960, o jogo demonstra os princípios-chave da gestão do Supply Chain. Os participantes vivenciam as dinâmicas e os problemas enfrentados em cada momento da cadeia de suprimentos, para atender a demanda final de consumidores de cerveja. Eles percebem os impactos de suas decisões no contexto mais amplo de toda a cadeia. O Beer Game é aplicado em diferentes segmentos de negócios.
Para quê? Evidenciar a importância da troca de informações, fortalecer a cooperação e a importância de relacionamentos sólidos ao longo da cadeia de suprimentos.
War Game – Os recentes jogos de guerra são utilizados pelas empresas para antecipar os movimentos dos concorrentes e para analisar se suas estratégias darão resultados. A dinâmica do jogo dá aos participantes uma visão de como desenvolver suas estratégias para resistir aos ataques dos concorrentes, utilizando táticas de defesas e desenvolvimento da operação para o contra-ataque.
Para quê? Estimular o pensamento estratégico dos participantes, simular cenários competitivos reais e estudar possíveis respostas de concorrentes em cenários de mercado.