Meia Noite em Paris, Ratos e Liderança – iPL semanal número 12
Meia Noite em Paris, o novo filme de Woody Allen, nos leva a refletir sobre como a competição e a cooperação entre as pessoas criam conexões adequadas e geram inovação na busca pelo sucesso. Nesse sentido, o papel do líder é criar o ambiente adequado para as pessoas fazerem a diferença e deixarem sua marca.
“Nessa Paris não romantizada da década de 1920, gênios como F. Scott Fiztgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso interagiam, debatiam suas ideias e desenvolviam sua capacidade de criação e inovação. A capital francesa atraía pessoas do mundo todo, que queriam vencer e alcançar o sucesso”, afirmou o CEO do iPL, Carlos Da Costa. “Em todos os tempos, o que a humanidade quer é vencer. Como líderes, devemos engajar as pessoas nesse sentido e propiciar o ambiente adequado para a inovação e o sucesso.”
Nesse sentido, Da Costa citou a poetisa norte-americana Gertrude Stein, que se mudou para Paris naquela época e fez da paixão pela arte uma carreira de sucesso. “Ela comprava quadros de Matisse e Picasso quando eles ainda valiam alguns francos. Além do prazer pelo prazer, Gertrude queria competir, ser bem-sucedida e ganhar dinheiro”, ele contou. “É isso o que as pessoas também querem hoje.”
De volta ao século 21, as ideias de Carlos Da Costa seguem o sentido do livro “Rush: Why You Need and Love the Rat Race”, recém-lançado pelo professor de Harvard Todd G. Buchholz. Ele defende que a competição não somente é uma coisa boa, como nós precisamos dela e a amamos, e que a corrida para o topo nos faz bem, tornando-nos competitivos.
Ao longo do livro, Buchholz defende que todos nós necessitamos manter as coisas sob controle para nos sentirmos mais calmos e felizes; e que ganhar dinheiro faz com que nos sintamos mais importantes; que sempre pensamos que seremos felizes quando finalmente tivermos um tempo livre para nos desconectarmos ou fugir daqui; mas o que realmente queremos é perseguir nossa própria calda [em analogia à corrida de ratos] mesmo que nunca a peguemos.
“A competição nos faz felizes e o caminho para a felicidade envolve fazer o que a maioria de nós faz a maior parte do tempo, que é trabalhar, competir e ter reconhecimento por isso”, disse o CEO do iPL. “Não podemos romantizar o exercício da liderança, assim como não podemos romantizar essa busca do prazer pelo prazer. Temos de levar as pessoas para onde elas querem ir. Ou, então, perdemos nossos maiores talentos.”
Da Costa citou a Geração Y, que compete para ter sucesso e ganhar dinheiro rapidamente. “Embora a Geração Y dê atenção para um lado social importante, seus ícones hoje são pessoas como Steve Jobs e Mark Zuckerberg.Eles são modelos bem-sucedidos, bilionários e extremamente competitivos”, afirmou. “O segredo da alta performance e da satisfação é a necessidades humana de direcionar suas próprias vidas, para aprender e inovar, e fazer o melhor para suas vidas e para o mundo”, concluiu o CEO, citando o livro Drive, de Daniel Pink.
Quando somos bem-sucedidos, nosso organismo reage com sensações de muito prazer, patrocinadas pelo córtex frontal. Os resultados são doses liberadas de oxitocina, serotonina e dopamina. Nos casos de sucesso, recebemos uma boa quantidade de betaendorfinas, que pode ser tão eficaz quanto cocaína, dizem os cientistas.
As pessoas não são manipuláveis ou previsíveis como pode parecer. Se é isso mesmo que as elas buscam, ainda que de maneira inconsciente, o papel do líder é engajá-las nesse sentido e levá-las para onde nunca imaginaram que pudessem chegar. “Até porque é ainda mais fácil sentir os prazeres da competição quando quem ganha os prêmios somos nós”, concluiu Da Costa.