13 jul
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O Executivo Global Brasileiro

As empresas brasileiras que abraçaram a globalização requerem executivos capazes de operar em qualquer lugar do mundo. O Brasil possui uma cultura diversa, plural e tolerante. Ou seja, os brasileiros são diamantes brutos como líderes globais. Entretanto, sem lapidação, mesmo executivos experientes no país podem enfrentar sérias dificuldades na gestão de times multiculturais e em negociações com clientes e parceiros internacionais.

Segundo pesquisa de Harvard, quase 75% dos investimentos internacionais das organizações (greenfield, joint-venture, fusão ou aquisição) falham por problemas culturais. Cerca de 40% dos times multiculturais tendem a fracassar em atingir os seus objetivos e aproximadamente 75% das expatriações falham ou terminam prematuramente resultando em perdas estimadas entre US$ 250 mil e US$ 1,2 milhões, dependendo do nível hierárquico, sem contar o efeito colateral resultado do impacto nas relações humanas dentro da organização e nas relações com clientes, resultando em perdas financeiras impossíveis de serem calculadas.

Vejamos quatro características do executivo brasileiro que, se lapidadas, podem torná-lo um grande executivo global:

  • Flexibilidade – O brasileiro está acostumado a operar em um ambiente de incerteza, de crise e de constantes mudanças.
  • Improvisação – O brasileiro é extremamente criativo. Diante da falta de recursos ele não se abala e encontra uma forma de fazer a coisa funcionar de qualquer jeito.
  • Evitar Conflitos – O brasileiro evita ao máximo situações de confrontação prezando ao máximo a manutenção do relacionamento.
  • Cordialidade – O brasileiro busca ser o mais afável possível quando se comunica com outras pessoas.

Estas características, sem lapidação, podem ser prejudiciais em um ambiente global, pois flexibilidade pode soar incapacidade de lidar com regras e procedimentos; improvisação pode parecer falta de capacidade de planejar; evitar conflitos pode se tornar incapacidade de tomar decisão em situações complexas e cordialidade pode ser interpretado como falsidade dependendo do contexto cultural.

A boa notícia é que com treinamento e coaching a pedra pode se tornar diamante à medida que o executivo aprender a se adaptar a cada contexto cultural em que ele opera. Ou seja, aprender o momento e o contexto em que se requer ser flexível e qual se exige acatar regras e procedimentos; o que se requer improvisação e qual necessita planejamento; o que se deve fugir da confrontação e em qual se deve assumir responsabilidade por decisões que podem causar conflito e; em que circunstância cabe ser afável e em qual deve-se dizer exatamente o que está pensando.

Esta habilidade de interpretar e agir de acordo com o contexto de cada local e situação global é chamada de Global Mindset. A Thunderbird School of Management, parceira do IPL, define o termo como um conjunto de características individuais que ajudam líderes globais a influenciar indivíduos, grupos e organizações que são diferentes deles. Global Mindset é ao mesmo tempo uma característica e uma competência, portanto pode ser avaliado e desenvolvido.

Esse artigo foi desenvolvido pelo professor Gilberto Sarfati que ministrará a disciplina Cross-Cultural Management no Certificate in Global Business Administration (CGBA).

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