Steve Jobs e Anderson Silva: 1% de Inspiração – iPL semanal número 22
O que levou Steve Jobs a se destacar no meio da multidão? A genética foi suficiente para tornar Anderson Silva o campeão mundial do UFC? Definitivamente, não. A prática não é aquilo que uma pessoa faz depois de se tornar a melhor, mas o que ela faz para ser a número 1, de acordo com o CEO do iPL, Carlos Da Costa. Alcançar o posto de melhor do mundo exige equipes de altíssima performance, paixão por vencer, tomada de riscos apropriados, o reconhecimento dos erros e fraquezas, e foco.
Considerando as capacidades de top performing de Steve Jobs e Anderson Silva, pode-se entender o que levou cada um deles a ser o primeiro do ranking em sua área respectiva. “Ambos são muito exigentes em relação à formação de suas equipes e obsessivos com alta performance. As equipes de Jobs e de Silva são sempre levadas ao extremo da pressão, mas também da valorização”, afirmou Da Costa. “Em seus treinos, o lutador reúne os melhores especialistas de cada uma das seis modalidades de artes marciais que ele domina. A Apple tem as ‘cabeças’ mais inovadoras do mercado e exige o máximo de cada um.”
Assim como Jobs, que sempre privilegiou o conceito de “menos é mais” e fez de maneira perfeita o que era considerado essencial, Silva mantém o foco em poucas iniciativas de grande retorno, concentrando suas energias para alcançar o alto impacto. Em comparação com seus adversários, o lutador desfere menos golpes, porém mais acertados e expressivos. O resultado vem de maneira estatística: enquanto o Silva acerta 68% de seus golpes, outros campeões da UFC não passam dos 60% de acertos, com média de 42%.
Como todos os melhores do mundo, Jobs e Silva adotam estratégias arriscadas. No lançamento do Ipad da Apple, por exemplo, pesquisas indicavam que o tablet seria um fracasso de vendas. Ainda assim, Jobs resolveu seguir com a inovação para o mercado. Enquanto isso, nos ringues, Anderson Silva tem o estilo de “chamar” o adversário para a luta, o que dá oportunidade a golpes certeiros, e que também o coloca em posições arriscadas.
Se adotar riscos é necessário para se alcançar retornos maiores, reconhecer erros e fraquezas é essencial para mitigá-los. “Um momento muito importante na carreira de Jobs foi quando ele veio a público reconhecer que tinha feito uma contratação errada, referindo-se a John Sculley, que foi CEO da Apple entre1983 e 1993, quando Steve ainda se achava imaturo para comandar uma empresa”, lembrou Da Costa.
No livro Fora de Série, o especialista Malcom Gladwell elabora uma extensa pesquisa para determinar as variáveis que levam uma pessoa ao topo. A principal delas é a prática das habilidades por uma quantidade de tempo extraordinária: mais de 10 mil horas. Isso equivale a cerca de 20 horas por semana de treinamento durante uma década. Trata-se do tempo necessário para se alcançar um padrão superior de qualidade em seu campo de atuação. Gladwell cita o exemplo de Mozart, que começou a compor aos 7 anos de idade. Ainda que existam boas peças escritas durante sua adolescência, as grandes sinfonias foram compostas após os 21, quando ele já acumulava bem mais de 10 mil horas de prática.
Neste contexto, o que levaria você a dedicar todos os seus esforços pra se tornar um líder top performing? “Tornar-se o highest performance demanda o maior investimento que você já tenha feito, com muitos anos de sua vida dedicados a esse objetivo”, afirmou o CEO do iPL. “Todo mundo que alcançou uma performance excepcional encontrou grandes dificuldades no caminho, e também uma recompensa imensurável. Não há exceções.”
O grupo de elite das organizações que aplica os princípios de alta performance seguem algumas regras principais, de acordo com o especialista Geoff Colvin, autor de “Desafiando o Talento”. Essas organizações entendem que cada pessoa na companhia não está apenas fazendo seu trabalho, mas também se desenvolvendo. Além disso, essas organizações preparam líderes em suas posições e os encoraja a ser ativos em suas comunidades. Outro ponto relevante é entender os papeis críticos dos professores e do feedback, e identificar rapidamente performers promissores. (Veja Abaixo)
É evidente que, entendendo como algumas pessoas tornam-se ótimos performers, qualquer um pode se tornar ainda melhor. Como disse Thomas Edison, “talento é 1% inspiração e 99% transpiração”. Para Chuck Yeager, que foi professor dos Top Guns americanos e o primeiro a quebrar a barreira do som, “ser um piloto proficiente é trabalho duro, uma experiência de aprendizagem de toda a vida. Para os melhores pilotos, voar é uma obsessão, aquela coisa na vida que eles devem fazer continuamente. Os melhores pilotos voam mais do que outros. Por isso, eles são os melhores”. Anderson Silva e Steve Jobs, os mais obsessivos, os maiores talentos.
Os princípios das empresas que desenvolvem talentos extraordinários com prática deliberada:
Entender que cada pessoa na organização não está apenas fazendo uma tarefa, mas está também sendo desafiada e crescendo
Desenvolver líderes em cada posição
Encorajar os líderes a serem ativos em suas comunidades
Entender o papel critico de professores e de feedback
Identificar cedo os altos potenciais
Entender que o desenvolvimento de pessoas acontece mais por inspiracao que por autoridade
Investir um volume significativo de tempo, dinheiro e energia para desenvolver pessoas
Tornar o desenvolvimento de lideres parte da cultura
Gostei da matéria , principalmente na questão de treino obsessivo para decidir sentindo e nao só pensando.
Somente gostaria de contextualizar que “talento” pode ser cOnsiderado Tbem como “relação talentosa”, isto é: quando existe a co-criação olhando o “todo” e não o “tudo” aonde se encontra o EGO.
obrigado pela oportunidade de treinar
Bz
Excelente texto, inspirador e muito conectado com a realidade da maioria das organizações. Parabéns!!!!!
Lideres obssecados pela alta performance são extremamente exigentes, primeiramente com eles próprios, são altamente disciplinados e não disperdiçam tempo e energia que não estejam alinhadas a sua PAIXÃO POR VENCER. Talvez a grande formula do sucesso esteja em “levar a equipe ao extremo da pressão mas também ao extremo da valorização”, criando ambientes de confiança que promovam a auto-estima e onde as pessoas acreditem que podem ir bem mais longe do que elas próprias imaginam. O desafio: Executar esta fórmula construindo culturas e organizações talentosas.